quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Construção a quatro mãos!

Li este pequeno e precioso texto no site do Instituto Hellinger e posso dizer que ele modificou a minha perspectiva quanto ao meu papel de coach. Porém, ele não se destina apenas às pessoas que profissionalmente ajudam outras, mas toda e qualquer pessoa que se disponha a ajudar o próximo. Em uma abordagem inovadora e profunda Bert Hellinger mostra a verdadeira essência da ajuda, na qual “ajudante” e “ajudado” se encontram em igualdade de condições e a verdadeira troca então pode ocorrer. Apreciem a leitura, sem moderação!

 "Muitos daqueles que buscam ajuda e daqueles que ajudam, pensam na ajuda de certa maneira. Essa maneira supõe que o ajudante é “grande” e o ajudado é “pequeno”. Dessa forma, o ajudante é colocado como se soubesse o que é melhor para o ajudado. E muitas vezes também o ajudante é encarregado de permanecer a cargo do ajudado até que esse “fique bem”. Isso na verdade cria uma dependência entre o ajudado e o ajudante, e transfere para esse último a responsabilidade pela mudança e pelo resultado. 

Esse tipo de ajuda “prende” ambos: ajudante e ajudado. E também eventualmente diminui a dignidade do ajudado. 

É claro que é um caminho de ajuda válido, e bem estabelecido que esse tipo de ajuda tenha seu lugar, por exemplo, entre um cirurgião e seu paciente. Porém esse ajudar tem limites. Ele é especialmente limitado quando aquilo que precisa ser modificado é algo que depende muito mais ou exclusivamente da atitude do ajudado. Aí essa forma de ajudar tem pouco efeito. Por exemplo, quando alguém precisa de ajuda a fim de mudar algo em seu próprio comportamento. Nesse caso, esse tipo de ajuda pouco contribui.


A abordagem sistêmico-fenomenológica de Hellinger ajuda dentro de outra visão. Nela, o ajudante e o ajudado estão num mesmo nível. E o ajudante inclusive chega ao sistema do ajudado em último lugar. Aí ajuda exatamente por saber menos, e não por saber mais. Porque não está atado aos pressupostos do ajudado, o ajudante o auxilia a ver aquilo que está fora de seu campo habitual de visão. E uma vez que o ajudado vê, então nada mais é necessário – o ajudante se retira.

Isso é ajudar com o mínimo. E é um dos conceitos essenciais desse trabalho."

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Líder Ganso e Chefe Búfalo. Em qual perfil você gostaria de se encaixar?


“A genialidade dos líderes não está em obter conquistas pessoais, mas em libertar o talento de outras pessoas.” 

Existe um livro de A. Belasco & Ralph C. Stayer chamado "O vôo do Búfalo". Nele, estes dois profissionais ilustram de uma forma bastante interessante a importância e o valor de uma liderança realmente orientada para o desenvolvimento das pessoas.

Segundo Belasco & Stayer, durante muitos anos as pessoas foram treinadas a acreditar que liderança era planejar, organizar, coordenar e controlar. Esse modelo funciona, ou funcionava, na maioria das organizações, muito semelhante a uma manada de búfalos.

A razão é que os búfalos são seguidores absolutamente fiéis de um líder. Eles fazem tudo que o líder quer que façam, vão para todos os lugares que o líder determina. 

Nesse tipo de liderança, o líder quer que as pessoas façam exatamente o que ele, diz, pensa e age. Qualquer desvio de rota ou ação contrário ao "Grande-Homem", o castigo fatalmente acontece.

Dessa forma, os chamados "líderes de búfalos" acreditam, de boa fé, que estão assegurando que os liderados sejam leais, quando na realidade são submissos. A submissão é vista como respeito, quando na realidade representa "medo", "temor".

O líder de búfalos adora ser o centro do poder, na crença que é esse o seu verdadeiro trabalho. Quando ele não está presente, os "liderados" não sabem o que fazer, e ficam zanzando à espera de uma nova ordem. Relaxam e sentem-se aliviados, mas perdidos, sem a presença do Chefe.

O interessante nesta história de búfalos, é que os primeiros colonizadores da América do Norte identificaram esse fenômeno e puderam dizimar inúmeras manadas de búfalos com enorme facilidade: bastava matar o líder da manada.

Na ausência do líder, os "liderados" não sabiam para onde ir, sendo massacrados sem maiores problemas.

Infelizmente, ainda ouço de alguns Gerentes a seguinte afirmativa: quando não estou presente, nada funciona nesta Empresa.

É importante lembrar que, como líder, o importante não é o que acontece quando você está presente, mas sim ausente.

Em contraste com a manada de búfalos, Belasco & Stayer, identificam um novo modelo organizacional de liderança, no "Vôo dos Gansos". Os gansos voam em "V", a liderança muda com freqüência, com diferentes gansos revezando-se no trabalho de orientação do grupo. Todos os gansos são responsáveis por si mesmos à medida que se deslocam, mudando de papel de acordo com as necessidades, alternando-se na função de liderança. Quando muda a tarefa, os gansos são responsáveis pela mudança da estrutura do grupo de modo a poder se acomodar à nova realidade, de forma semelhante ao processo de aterrissagem desses pássaros, durante o qual abandonam a formação em "V" para descer em ondas. Quem já observou um "Vôo de Gansos" afirma que é possível visualizar todos os gansos na liderança.

Os líderes aprendem com rapidez e encorajam os outros.


(BISCAIA, João Alfredo. Liderança. Disponível em <http://www.institutomvc.com.br/costacurta/artjab03Lideran%C3%A7a.htm>. Acesso em: 04/ abr/ 2008)